OBRIGADO POR SUA HISTÓRIA

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Entrevista com Tânia Arrabal.

Orgulhoso, Ravi Arrabal, filho, cresceu ouvindo a mãe
 contar histórias. 
Conheço Tânia Arrabal desde 1995 quando ela e Cesar Valentin se apresentaram numa homenagem ao inesquecível mímico Márcio Machado. Quase 10 anos depois quando vim morar em Cabo Frio passei a acompanhar a história desta atriz. Tânia; que nunca parou de fazer teatro um único ano sequer durante os últimos 25 anos; é também exímia narradora. Seu trabalho de teatralização de histórias prima pela qualidade visual, maquiagem perfeita e figurinos que poderiam ser uma verdadeira grife, além de uso de material de cena de primeira e tudo feito por ela.
Vamos conhecer um pouco mais desta artista Cabo-friense que tem orgulho de suas raízes e de sua história!

Jiddu Saldanha  – Como foi que você se aproximou da arte de Contar Histórias?
Tânia Arrabal - Na verdade tive uma infância regada por bons momentos de histórias contadas pela minha avó. Eu era sua companheira noturna onde dividíamos a cama. Na medida em que ela estendia o cortinado de filó e o prendia entre o colchão e o estrado, Ia me contando muitas histórias. Fico emocionada quando lembro dessas noites! E desse contar eu fui guardando detalhes de cenas e cores... Depois tive professoras bem especiais que também contavam muitas histórias. Aí vieram os filhos. À noite, ao pé da cama ou mesmo deitada ao lado eu tentava trocar de lugar com a minha avó. Agora é a minha vez de dizer “era uma vez”.

Com um imenso livro cenográfico, Tânia tira de suas páginas, histórias
que aquecem o coração de seu público!
JS – Que diferença você vê entre narrar histórias e o fazer teatral?
TA - Narrar requer uma boa dicção e um maior envolvimento para com a platéia. O narrador precisa ser cauteloso nesse envolvimento para que o ouvinte não se distraia. Ele tem o poder de fazer a criatividade ficar mais aguçada e o que se está contando tem que ser imaginado através do som e do tom da sua voz.
O fazer teatral, no caso de teatralização de histórias, ele de cara já oferece ao espectador as cores, as formas, tamanho da ambientação, personagens e por aí vai...

JS – Quais são as histórias que mais tocaram teu coração ao longo de sua vida?
TA - São muitas!!!! Hoje Rubem Alves está no topo. Amo de paixão “A menina e o pássaro encantado” e “A volta do pássaro encantado”.  Pode até ser pelo momento que a gente vai passando ao longo da vida...

A mais de 25 anos, Taninha, como é
conhecida pelos fãs em Cabo Frio,
nunca deixou de fazer teatro!
JS – Como você vê o desenvolvimento da arte de narrar, na cidade de Cabo Frio?
TA - Em Cabo Frio assim como em todo o lugar onde chega o “progresso” as pessoas vão se esquecendo das tradições. Mas temos ainda muita gente que faz questão de mantê-la viva, como é o caso de Meri Damaceno que como pesquisadora dessa oralidade, continua a contar os causos de figuras da cidade.
A arte de narrar como aglutinadora de grupos vem sendo vista com bons olhos e vendo a sua importância, alguns artistas na cidade seguem contribuindo de uma forma autônoma e descontraída. Alguns encontros marcados com essa finalidade já foram feitos e os resultados foram os melhores possíveis.
Penso que se dermos continuidade para que o fio da meada não se perca, teremos cerca de 10 bons narradores na Região.

JS – Quem são os artistas desta arte que você admira?
TA - Assisti a atriz Priscila Camargo uma vez aqui em Cabo Frio e achei o trabalho interessante. Acho que fica entre a teatralização e a narração...gostei.
Sou fã da Bia Bedran que une narração e  música.
A minha admiração verdadeira é por todos os artistas que fazem dessa arte a forma mais lúdica envolvendo todo o ser que os ouve e os vê.

JK – Quem é Tânia Arrabal por Tânia Arrabal?
TA – Nossa! Tânia Arrabal tem 42 horas diárias. Ela não para de forma alguma. Só sossega quando está com enxaqueca (risos).
Dinâmica e vive inventando o que fazer. Cria cenas e bonecos. Pinta, cola, borda e prega botão. Tudo ao mesmo tempo. Tem ganância de tempo!
Sensível pra caramba, muito embora tente esconder essa sensibilidade toda. E com tantas personagens que conhece e habitam o seu eu, ela transforma-se em menina de tranças e brinca de boneca; quando a mulher séria aparece, se esconde e se esquece de tudo. Guarda dentro do baú de sua existência  todas as experiências e  dorme pra acordar no dia seguinte e começar tudo de novo.
Ela não é mole não! Muitas vezes me põe louca.

Um comentário:

  1. EU acho que um bom COPO COM ÁGUA melhora toda a noite da tania arrabal,tanto que ela consegui tres BELOS copinhos com água

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